sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Dica: Notas do Subsolo

Por ThunderTchuck

Abençoados sejam os que com o dom da escrita nos fazem viajar pelas mais profundas e estreitas vielas da mente e alma enquanto nos encontramos no transporte  público dia-após-dia. Acabo de ler um livro que mesmo não sendo auto-ajuda, me fez abrir os olhos e passar por dificuldades nunca impostas a mim anteriormente. Estou falando do livro "Notas do Subsolo" de Fiódor Dostoiévski, também autor de "Crime e Castigo", "O Jogador" e "Noites Brancas", entre outros. É considerado o mais importante romancista russo, ao lado de Tolstói. 

Mas quem sou eu para falar sobre este livro? vejam o que Friedrich Nietzsche falou:
"Notas do subsolo é um verdadeiro golpe de mestre da psicologia."

Enfim, Notas do Subsolo (1864) é dotado de um humor mordaz, provocativo e desafiador, introduz as ideias de moral e política que o escritor mais tarde abordaria em Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazóv.
Sua ideia de "homem subterrâneo" deu a ideia do anti-herói, muitas vezes cultuados por mim assim como por Kafka, Hesse, Camus e Sartre: O anti-herói morbidamente obcecado com a sua própria impotência de lidar com a realidade que o cerca, claro, muito diferente de anti-heróis como John Constantine, Frank Castle e Spawn.
O livro é dividido em duas partes, a primeira é um autoflagelante monólogo no qual o narrador, um rebelde contrário ao materialismo e ao conformismo, discute sua visão negativa do mundo e aborda as principais questões do seu tempo com uma narrativa que eu fiquei espantado ao ler, ele me fazia sorrir e quase gargalhar, depois eu tinha raiva por ele estar tirando onda com a minha cara, e logo após ele fazia tanto, mas tanto gracejo, que eu voltava a admirá-lo. Como se não bastasse, ele começava a se auto-flagelar e eu com pena, me perdi achando que ele merecia o meu consolo, enganado é claro, só lendo saberão como o narrador é sábio e nos faz enganar.
A segunda parte é composta por uma parte da vida do narrador, que quando contada parece ser muito real, pois o narrador-sem-nome se emociona e até volta a nos enrolar parecendo ser um herói.

Bons leitores, essa é a minha recomendação.

4 comentários:

  1. Afudê a resenha! Eu jah li "o Jogador", e dei uma sacada em "Os Irmãos Karamazov", Dostoiévski é um baita profissional uauhauh

    O desenho do post é teu? Se sim, parabéns! Se não, parabéns tb, fico massa..

    abraço!

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  2. Eu li esse ano e fiquei simplesmente admirado por Dostoiévski. Tive reações muito parecidas com as suas.
    Parabéns pelo post. E o segundo desenho é da capa da mais nova edição do livro.
    Abraço

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  3. Bom texto!
    Vou procurar o livro para ler =]

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  4. Acho que o ShogoO respondeu a tua pergunta Renan! =P

    Lê mesmo Babi, vale o teu tempo.

    Obrigado pelos comentários,
    Voltem sempre!

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